terça-feira, 7 de junho de 2011

Bora pro Samba meu povo!

Salve o Samba puro!

“Samba,
És eterno,
Muitos o conheceram,
Outros o viram crescer,
Poucos o viram nascer,
Ninguém o verá morrer...”

Carlos Ferreira



















quinta-feira, 24 de março de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

"Se não houver tristeza, o samba não fica bonito"

Essa palavras são do Sr. Casemiro da Cuíca, no filme o mistério do Samba(2008), em uma cena linda onde ela sozinho canta o samba Tentação de sua própria autoria e tocando apenas a sua cuíca. Coisa linda!

Para mim, o samba é como se fosse uma bela árvore de doces frutos, onde as raízes desta árvore são os seus diferentes estilos de samba.

Dentre estas raízes, temos o samba enredo, o samba canção, o samba de terreiro, o samba de lamentação e etc.

E de todas estas “raízes”, particularmente as que mais me agradam são os sambas de terreiro e os sambas de lamentação.

E quando falo em samba de lamentação, me vem à cabeça nomes como Cartola, Nelson Cavaquinho e outros tantos mais. Porém, não consigo pensar neste estilo de samba e sem lembrar de JORGINHO PESSANHA.

Jorge Gomes Pessanha nasceu em 1931 e faleceu em 1981.

Filho de um dos fundadores da Escola de Samba Unidos da Capela no subúrbio de Parada de Lucas, no Rio de Janeiro. Já frenquentava as rodas de samba da escola aos 7 anos de idade.

Por volta de 1965 passou a integrar a ala de compositores do império Serrano, aonde anos mais tarde, chegou a ser o Diretor social do Império Serrano.

Em 1966, como integrante da Ala de Compositores do Império Serrano, classificou em 2º lugar um samba-enredo de sua autoria no concurso da escola. Neste mesmo ano, ao lado dos ritmistas Elizeu, Silvinho da Portela, fez parte da Delegação Brasileira que se apresentou no "Primeiro Festival de Arte Negra", em Dakar, no Senegal, em 1966.

A lista de parceiros de Jorginho Pessanha e repleta de sambistas da mais alta estirpe. Entre eles estão Walter Rosa (Portela), Mano Décio da Viola (império) e Oswaldo Vitalino de Oliveira, o Padeirinho (Mangueira), o que ressalta a sua importância nas rodas de samba dos morros e escolas cariocas.

Jorginho Pessanha se auto-denomivava o autêntico Jorginho do Império. Isso se devia ao fato de ele ter entendido que o outro Jorginho, o Jorge Antônio Carlos, filho do Mano Décio da Viola, havia se apropriado da alcunha de Jorginho do Império indevidamente.

Jorginho Pessanha morreu em 1981 praticamente no anonimato. Lançou somente dois discos, os dois na década de 70:

[1] Tô Muito na Minha - pela Continental
[2] Autêntico - Jorginho (Império) Pessanha - pela Infobrás

Entre seus sambas mais conhecidos, estão;

Favela; Que samba é esse;
Não chore amor; Mana cadê meu boi;
Eu não sou o que ela pensou; Tempo de paz;
Hora de chorar; Dia de Tristeza;

Estes dois últimos são dos que eu mais gosto, e mostram bem o que eu querer dizer quando falo em Samba de Lamentação e quando falo sobre a frase do Seu Casemiro no começo deste post.

Como não tenho vídeos do Jorginho, vou postar os áudios e suas respectivas letras.

Mas, para quem quiser ouvir mais, aqui vai um link para baixar os dois discos lá do blog prato e faca

Link1 – Tô Muito na Minha (1971)
Link2 – O Autêntico (1973)
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Hora de chorar (Mano Décio da Viola - Jorginho Pessanha)



Com licença, está na minha hora de chorar
Paciência, tenho que desabafar
Só quem perdeu seu grande amor
Sabe dar valor ao pranto meu
Quero ver chorar quem não sofreu,
Quero ver chorar quem não sofreu.

Deixa meu pranto rolar
Hoje eu quero sofrer
A recordação de um grande amor
Faço do pranto a dor da minha dor
Ôooo
Esse pranto faz parte do meu desamor
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Dia de tristeza (Norival Reis - Jorge Duarte) – Interpretado pro Jorginho



Hoje é dia de tristeza
Hoje é dia pra chorar
Hoje é dia que a saudade vem
Vem para me machucar

Tenho os olhos rasos d’água
Esta mágoa, eu já sei por quê
É que saudade já chegou
Chegou pela mão trouxe você
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Salve o Samba, Salve Jorginho Pessanha.

Até a próxima.

Fontes:
http://www.dicionariompb.com.br/jorginho-pessanha
http://memoriadampb.multiply.com/photos/album/367

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Uma Linguagem Diferente

Salve-Salve Malandragem,

Antes de Tudo, Quero desejar a todos um Feliz Ano Novo, cheio de paz, saúde, prosperidade e muito, mas muito samba mesmo.

Falo isso, porque a cada dia que passa, chego mais ainda a conclusão de que não existe nada melhor que o Samba.

Como dizia o Jornalista Roberto M. Moura ( 18/8/1947 - 26/10/2005)

“Não são os sambistas que formam a roda, A roda é que forma os Sambistas.”

Eu particularmente digo que o samba me ensina a viver.

Através do samba, você pode aprender como entrar e sair de qualquer lugar; Aprender como ter um “bom comportamento”; Aprender o que é certo e o que é errado; Enfim, aprender toda a “malandragem” da vida.

O Samba vem do cotidiano da periferia, O samba vem do Morro. Viver lá no Morro é tão singular que até a Linguagem é Diferente.

Alguns grandes sambistas até já retrataram esta particularidade em suas letras.

Hoje vou mostrar isto para você em três sambas que vou postar aqui.

O primeiro é o Samba - Linguagem do Morro, (composto por Padeirinho e Ferreira Santos) e que já foi interpretador por Beth Carvalho, João Nogueira, Jamelão, Chico Buarque dentre outros.

aqui a versão do João Nogueira;



Linguagem do Morro
(Padeirinho / Ferreira Santos)

Tudo lá no morro é diferente
Daquela gente não se pode duvidar
Começando pelo samba quente
Que até um inocente
Sabe o que é sambar
Outro fato muito importante
E também interessante
É a linguagem de lá
Baile lá no morro é fandango
Nome de carro é carango
Discussão é bafafá
Briga de uns e outros
Dizem que é burburim
Velório no morro é gurufim
Erro lá no morro chamam de vacilação
Grupo do cachorro em dinheiro é um cão
Papagaio é rádio

Grinfa é mulher
Nome de otário é Zé Mané (2x)
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O segundo é o Samba – Linguajar do Morro, (composto por Noca da Portela e José da Cruz))

Nesta versão o próprio Noca interpreta o samba no Programa Ensaio;



Linguajar do morro
(Noca e Zé da Cruz)

Eu nasci no morro,
E no morro me criei,
Meu diploma de malandro,
Lá na colina tirei,
O linguajar do morro,
Nele todo estou por dentro,
Pra você bater papo no morro,
E preciso estar atento,

Carro se chama carango,
Otário é fariseu
Relógio chama-se bobo
Fechou quer dizer que fulano morreu
Mulher e tratada de mina
Dedo duro é suja boca
Cumprimento é como é que é
Entendeu quer dizer morô Zé
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E o terceiro é o Samba - A Gíria é Cultura do Povo (composto por Elias Alves Junior, Wagner Chapell) e interpretado por Bezerra da Silva.

Que, aliás, foi o interprete que mais utilizou o dialeto do morro em suas canções, até mesmo – como ele mesmo dizia - porque a maioria das suas gravações são dos “desconhecidos compositores” do morro.



A Gíria é a Cultura do Povo
(Elias Alves Junior, Wagner Chapell)

Toda hora tem gíria no asfalto e no morro
porque ela é a cultura do povo
Pisou na bola conversa fiada malandragem
Mala sem alça é o rodo, tá de sacanagem
Tá trincado é aquilo, se toca vacilão
Tá de bom tamanho, otário fanfarrão
Tremeu na base, coisa ruim não é mole não
Tá boiando de marola, é o terror alemão
Responsa catuca é o bonde, é cerol
Tô na bola corujão vão fechar seu paletó
“Toda hora tem gíria...
Se liga no papo, maluco, é o terror
Bota fé compadre, tá limpo, demorou
Sai voado, sente firmeza, tá tranquilo
Parei contigo, contexto, baranga, é aquilo
Tá ligado na fita, tá sarado
Deu bode, deu mole qualé, vacilou
Tô na área, tá de bob, tá bolado
Babou a parada, mulher de tromba, sujou
“Toda hora tem gíria...
Sangue bom tem conceito, malandro e o cara aí
Vê me erra boiola, boca de sirí
Pagou mico, fala sério, tô te filmando
É ruim hem! O bicho tá pegando
Não tem caô, papo reto, tá pegado
Tá no rango mané, tá aloprado
Caloteiro, carne de pescoço, “vagabau”
Tô legal de você sete-um, gbo, cara de pau
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É isto ai gente Bamba, por hoje é tudo isso.
Curtam o Samba sem moderação. Eu Recomendo.

Salve o Samba, Salve a Linguagem do Morro.

Até a próxima.